domingo, 20 de dezembro de 2015



Que sorriso insolente toma-me de vez em quando.
Que arrepio irremediável arrasta-se pela pele sem que eu preveja.
Que sonda-me, ronda-me... Está sempre ao lado, ao redor... Espreita-me.
Avise-me, conta-me tudo e descreve-me cada fato mesmo que doloroso, mesmo que não deseje saber.
Minuciosamente em cores, vozes, sons, cenas e claridade do momento em que ocorrem!
Que me transborda daquilo que desejo, mas não possuo no tempo em que quero ou, de quem gostaria de ter...
Que me traz para si sem que eu possa fugir, e não o vejo ali!
Que desejo incontrolável de escrever me faz sentir, o que nunca deveria e, restrinjo-me quase sempre...
São essas e outras coisas que causa em mim, mas que eu busco conter.
Pois se não o fizesse, seria definitivamente como um veneno de sabor suave e adorável...
Veneno fluido de perfume viciante, um azedo-doce, escorregadio, túrgido, túrbido e morno.
Mortal, principalmente para mim!