sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016



AFINAL, O QUE SE PASSA NA MENTE DAQUELE QUE MENTE? 



- Por que? Por que? Por que?...


Não saciada busquei na ciência a resposta, ou ao menos, alguns argumentos que acalentem a indignação de simplesmente: por que?
Bom, o texto desta vez é um tanto extenso, porém apreciável. Foi coletado inúmeros artigos para que se fizesse mais tragável, compreender o que se passa na mente daquele que "mente"...
Lendo  Beckert (2005), qual propõe que mentiras, promessas não cumpridas e omissões podem ser compreendidas quando se investiga a relação entre o comportamento verbal – o que se diz – e o comportamento não-verbal – o que se faz.
Ainda segundo o estudo científico sobre a psicologia do maldito mentiroso, o comportamento verbal, habilidade altamente desenvolvida, que nos distingue de outras espécies animais, permite solução mais rápida para problemas comuns à espécie ou ao grupo e possibilita transmissão de práticas culturais. Por comportamento verbal, entendemos todo comportamento (ação) de uma pessoa que produz efeitos noutra pessoa antes de produzir efeitos no meio. Por exemplo, uma pessoa que sinta calor pode pedir a outra que ligue o aparelho de ar-condicionado, no lugar dela mesma ligar. Seu comportamento (verbal), ou seja, sua solicitação agiu sobre outra pessoa e esta pessoa modificou o meio em que ambas se encontravam...

  Pode-se mentir para ter acesso a alguma vantagem ou evitar um “mal maior”. Assim sendo, as pessoas têm maior probabilidade de mentir menos e dizer a verdade diante de contextos em que elas não se sintam julgadas, não sejam criticadas ou, posteriormente punidas.Você, por exemplo, após ter sido punido por dizer a verdade, você a diria  noutra ocasião?


Com isso, podemos entender que as pessoas mentem porque aprenderam a evitar punições ou obter vantagens a partir das mentiras, sejam estas de pessoas ou fatos. Mas o que mais pode contribuir para que as pessoas mintam? 
Segundo muitos estudos, para uma pessoa mentir é preciso que ela tenha as ferramentas e as condições para que a mentira seja elaborada e emitida... Ou seja, nem sempre a culpa se encontra de posse apenas do Pinóquio e, sim do interlocutor. Afinal, há mentiras que nem teriam resultados tão impactantes, se os receptores se dessem ao trabalho de analisá-las ou ainda, detectá-las mesmo que isso trouxesse sofrimento. 


Donjuanismo




Voltando-se para o sentimental, as mentiras tornam-se ainda mais polêmicas, pelo menos para quem sofre com elas... Também pesquisando soluções e respostas no mínimo, coerentes para um contexto menos interpessoal e mais científico, a fim de compreender e não julgar, chego ao estudo de caso de um patologia, relativamente insignificante, mas que pode trazer a longo prazo danos tanto a quem sofre dela, como a quem sofre por sua causa.  

Trata-se do distúrbio, muito comum hoje em dias de romances tecnológicos, conhecido na psicologia como: Donjuanismo, este distúrbio é um protótipo particular de comportamento humano, classificação esta, estribada particularmente em valores culturais e morais. 



Don Juan é um personagem literário tido como símbolo da libertinagem. O primeiro romance com referência ao personagem foi a obra El Burlador de Sevilla, de 1630, do dramaturgo espanhol Tirso de Molina. Posteriormente Don Jun aparece em José Zorrillacom a estória de Don Juan Tenorio. A figura de Don Juan foi também cultuada na música, em obras de Strauss e Mozart, este último com a ópera Don Giovanni, composta em 1787. Outro paradigma do eterno sedutor é a figura de Casanova, conhecida pela autobiografia do veneziano Giovanni Jacopo Casanova.






Mas a figura do eterno sedutor continua atrelada à Don Juan, que aparece ainda na obra de Molière, em Le Festin de Pierre, no poema satírico de Byron chamado simplesmente Don Juan, no drama de Bernard Shaw, chamado Man and Superman.


Segundo Jung, para quem qualquer forma de arte, assim como os mitos, são veículos para a expressão do inconsciente coletivo, Don Juan pode representar nossos arquétipos (Walter Boechat - veja mais sobre o filme).Trata-se de um padrão de personalidade caracterizado por uma pessoa narcisista, enamorada, inescrupulosa, amada e odiada e que faz tudo valer para a conquista de uma pessoa.

O donjuanismo representa um protótipo particular de comportamento humano, classificada particularmente pelos valores culturais e morais. Não existe essa denominação no CID.10 ou DSM.IV, mas isso não significa, absolutamente, que por isso pessoas assim deixam de existir.

Independente das interpretações psicanalíticas sobre o filme Dom Juan de Marco, interessa aqui apenas caracterizar um tipo de conduta atual; a inclinação que as pessoas têm para liberdade sexual explícita. A característica principal do que se pode chamar hoje de donjuanismo, seria uma forte compulsão para sedução, entretanto essa característica não é isolada nem única na personalidade da pessoa, também não é exclusiva do sexo masculino.

Descreve-se o donjuanismo como uma personalidade que necessita seduzir o tempo todo, que aparentemente se enamora da pessoa difícil mas, uma vez conquistada, a abandona por desinteresse. As pessoas com esse traço não conseguem ficar apegados a uma pessoa determinada, partindo logo em busca de novas conquistas. Elas são os anarquistas do amor (Sapetti), tornando válidos quaisquer meios para conquistar, não obstante, os sentimentos da outra pessoa não são levados em consideração. Aliás, Foucault enfatiza essa questão ao dizer que Don Juan arrebenta com as duas grandes regras da civilização ocidental, a lei da aliança e a lei do desejo fiel.

Em psiquiatria clínica, entretanto, o desprezo para com o sentimento alheio pode ser critério para caracterizar uma atitude sociopática ou anti-social. Para o don juan só interessa o hedonismo, o instante do prazer e o triunfo sobre sua conquista, principalmente quando a pessoa de seu interesse tem uma situação civil proibida (casada, freira, irmã ou filha de amigo, etc ou os correspondentes masculinos). Sobre essa característica o escritor Carlos Fuentes, alega ao seu Don Juan a frase: "Porque nenhuma mulher me interessa se não tiver um amante, marido, confessor ou Deus, ao qual pertença ...".

Normalmente essas pessoas ignoram a decência e a virtude moral mas seu papel social tenta mostrar o contrário; são eminentemente sedutores. O aspecto de desafio mobiliza o don juan, fazendo com que a conquista amorosa tenha ares de esporte e competição, muitas vezes convidando amigos para apostas sobre sua competência em conquistar essa ou aquela mulher. Não é raros que esses conquistadores tragam listas e relações das mulheres conquistadas, tal como um troféu de caça.

Por outro lado, segundo Kaplan, deve haver significativos sentimentos homossexuais latentes nesses indivíduos. Esse autor considera que, levando para a cama a mulher de outro, o don juan estaria inconscientemente se relacionando com o marido, motivo maior de seu prazer. Tanto que é maior o prazer quanto mais expressivo é o marido ou namorado traído.

O narcisismo (traço feminóide) dessas pessoas é uma das características mais marcantes, a ponto delas amarem muito mais a si mesmas que a qualquer outra pessoa conquistada. Outros autores acham o donjuanismo um excesso do complexo de Édipo, ou fixação na mãe, já que muitos deles não constituem família com nenhuma de suas conquistas e acabam vivendo para sempre como protetores da família materna.

Nos casos mais sérios a inclinação à sedução pode adquirir caráter de verdadeira compulsão, tal como acontece no jogo patológico. De certa forma, apesar dessa conquista compulsiva servir-lhe para melhorar sua sensação de segurança e auto-estima, uma vez possuído o que desejava, já não o deseja mais. Em alguns casos o don juan começa a se desestimular com a conquista quando percebe que a pessoa conquistada já está apaixonada por ele. Pode até nem haver necessidade do ato sexual a partir do momento em que ele percebe que a pessoa aceita e deseja o sexo com ele. Por outro lado, se a pessoa a ser conquistada é indiferente ou não cede à sedução, o don juan se torna mais obstinado ainda.

Não será totalmente lícito dizer, como dizem alguns, que o don juan se diverte com o sofrimento alheio. Na realidade parece mais que seja insensível ao sentimento alheio do que tenha prazer com ele. De fato, parece que eles não experimentam com o amor o mesmo tipo de sentimento que as demais pessoas. O amor neles é um sentimento fugaz, passageiro e que, continuadamente, tem o objeto-alvo renovado. Se algum déficit pode ser apurado na personalidade do don juan, este se dá no controle da vontade.
Apesar dessa compulsão à sedução, isso não significa que a pessoa portadora de donjuanismo seja, obrigatoriamente, mais viril ou mais ativo sexualmente. Esse quadro não deve ser confundido com a Atividade Sexual Compulsiva onde, aí sim há hipersexualidade.

Portanto, a contínua sedução do don juan nem sempre se dá às custas de um desempenho sexual excepcional mas sim, devido à habilidade em oferecer às pessoas a serem seduzidas, tudo aquilo que elas mais estão querendo. Nesse sentido, todos eles são sempre muito inconstantes, desempenham papeis sociais sempre teatrais e exclusivamente dirigidos à satisfação de suas conquistas, por isso fazem sempre o tipo "príncipe encantado", tão cultuado pelo público feminino. As pessoas sedutoras têm habilidade em perceber rapidamente os gostos e franquezas de suas vítimas e são igualmente rápidos em atender as mais diversas expectativas.

Há quem considere como uma das características fundamentais da personalidade do don juan uma acentuada imaturidade afetiva. O aspecto volúvel e responsável pela constante troca de relacionamento pode ser indício dessa imaturidade afetiva e indica, sobretudo, uma completa carência de responsabilidade ou medo de assumir os compromissos normais das pessoas maduras (casamento, família, filhos, etc.).

"Tentar... Eternamente tentar... Sempre uma nova presa..."

Se designa a atitude de se relacionar sexualmente (com penetração sexual ou não), fortuitamente, fugazmente e sem nenhum compromisso de continuidade. Este relacionamento é fortuito porque não implica, obrigatoriamente, em nenhuma combinação ou contrato prévio, é fugaz devido à provisoriedade da união. Não há compromisso de continuidade porque, ao menor sinal de interesse de um dos envolvidos no sentido de continuar, a relação se desfaz e é evitada (diz-se que fulano(a) não é legal porque pega no pé). Nessa nova modalidade de relacionamento não há envolvimento amoroso, não há cobrança de compromisso e os objetivos se concretizam e se esgotam no orgasmo ou na despedida, normalmente com satisfação bilateral.

As mulheres começaram a expandir significativamente sua sexualidade depois da disseminação do uso da pílula anticoncepcional, nas décadas de 60-70, e a inconsequência sexual que antes era monopólio dos homens, também passou a ser experimentada por elas. Descobriu-se que o prazer podia ser bilateral e, a partir daí, deixou-se de falar que fulano se aproveitou de fulana; ambos se aproveitavam.
A atitude de "Ficar com..." é diferente daquilo que se entende por donjuanismo porque não implica numa verdadeira conquista. "Ficar com..." é uma afinidade recíproca, e um não conquista o outro porque ambos estão, decididamente, com o mesmo objetivo em mente.

Se no donjuanismo a insensibilidade e menosprezo para com o sentimento alheio são a marca do diagnóstico, "ficar com..." implica, em essência e caracteristicamente, na ausência de sentimentos mais profundos de ambas as partes. Assim sendo, não havendo sentimentos profundos, não há o que menosprezar.
Dessa forma, decididamente, entre a população adepta do "ficar com..." não há espaço para o donjuan. Nesse meio ele não encontra sua presa, já que as pessoas não preenchem os requisitos de candidatas, pois são desimpedidas, livres e com vontade deficar com outras pessoas. A compulsão do Don Juan se desfaz ante a ausência do desafio.

Não há denominação satisfatória para descrever a mulher que preenche os requisitos do donjuanismo, mas elas existem indubitavelmente. São também pessoas movidas pela compulsão da conquista e sedução do outro, pela inclinação ao relacionamento impossível, seja com homens mais velhos ou muito mais novos, casados, padres, enamorados de outras mulheres, enfim, pessoas que oferecem alguma condição de desafio.

  No donjuanismo feminino, tanto quanto no masculino, não há necessidade invariável de concluir a conquista através do ato sexual. Basta a mulher perceber que o objeto da conquista está, digamos, aos seus pés, que a motivação para continuar o relacionamento se desvanece. Quanto maior o número de homens, ou mulheres demonstrando desejo de tê-la, menos importância dará aos sentimentos individuais de cada um de seus pretendentes. Costumeiramente são mulheres bem sucedidas, lindas e inteligentes, mas que não conseguem se estabilizar, passando suas vidas a maior parte do tempo sozinhas e desiludidas. 

Evidentemente o mito de Don Juan pode representar um ideal masculino e, em alguns segmentos culturais, também um ideal feminino. A conquista como reforço da auto-estima pode, durante alguns momentos da vida ou em certas circunstâncias afetivas, ser eficiente. Entretanto, sendo a personalidade mais bem estruturada, a atitude conquistadora acaba mais cedo ou mais tarde, dando-se por satisfeita diante do objetivo conquistado. Essa é a principal diferença entre a Sedução Compulsiva e as conquistas normais durante a vida de qualquer pessoa.

Outra característica que diferencia as conquistas circunstanciais, apesar de múltiplas, do sedutor compulsivo, é a ausência de consideração para com os sentimentos alheios que sempre está presente neste último. Nas conquistas múltiplas e circunstanciais a pessoa tem boa noção e crítica sobre os eventuais transtornos sentimentais causados nas pessoas conquistadas e, em seguida, abandonadas.

Psicopatologia

Seria o donjuanismo uma doença? Seria uma doença, merecedora de tratamento ? Considerando o critério estatístico, aquele que constata a normalidade ou não-normalidade tendo como base a ocorrência estatística do fenômeno, podemos dizer que o donjuanismo não é normal (maioria das pessoas não é assim). Na realidade, a expressiva maioria das pessoas não é despojada de consideração para com o sentimento dos outros, mais especificamente, podemos dizer que a maioria das pessoas se mobiliza com o sentimento das mulheres.

Em psiquiatria ou na medicina geral, ser não-normal não significa, obrigatoriamente, ser doente. Para ser objeto de atenção médica é necessário que essa não-normalidade (estatística) implique também em um aspecto de morbidez, ou seja, implica na necessidade de sofrimento da pessoa ou de terceiros. Então, o donjuanismo poderá ser objeto de atenção médica na medida em que produz sofrimento.


Dentre os quadros classificados no DSM.IV e na CID.10, alguns critérios encontrados noDonjuan podem também ser encontrados no Transtorno Dissocial da Personalidade, da CID.10, ou em seu correspondente no DSM.IV, Transtorno Anti-social da Personalidade.


Entre os critérios do DSM.IV para o Transtorno Anti-social da Personalidade temos os seguintes:

Critérios para 301.7 - Transtorno da Personalidade Anti-Social

A. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:

(1) fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção.

(2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer.

(3) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.

(4) irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas.

(5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia.

(6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras.

(7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.

B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.

C. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade.

Entre esses critérios do Transtorno Anti-social da Personalidade, o Donjuan puro e sem outra patologia poderia cumprir os itens 1, 2, 3 e 7. Não mais que isso e, talvez isso não seja suficiente para alocar essas pessoas nessa classificação. Normalmente elas trabalham, não costumam ser irritáveis e agressivas, não desrespeitam a segurança própria, etc.

Entretanto, sob o código 302.9 do DSM.IV há o chamado Transtorno Sexual Sem Outra Especificação. Diz lá, que esta categoria é incluída para a codificação de uma perturbação sexual que não satisfaça os critérios para qualquer transtorno sexual específico, nem seja uma Disfunção Sexual ou uma Parafilia. 
Cita como exemplos o seguinte:

1. Acentuados sentimentos de inadequação envolvendo o desempenho sexual ou outros traços relacionados a padrões auto-impostos de masculinidade ou feminilidade.

2. Sofrimento acerca de um padrão de relacionamentos sexuais repetidos, envolvendo uma sucessão de amantes sentidos pelo indivíduo como coisas a serem usadas.

3. Sofrimento persistente e acentuado quanto à orientação sexual.

Nosso Don Juan poderia ser incluído no item 2 desse diagnóstico mas, mesmo assim, fica meio vago e pouco preciso pois, em nosso caso, o sofrimento seria mais por conta das vítimas do Don Juan que dele próprio e isso não está claro na descrição do DSM.IV.
A impressão (falsa) que se tem sobre o don juan é que, assim como é bem sucedido nas conquistas amorosas, também deve sê-lo em relação aos demais aspectos de sua vida. Entretanto, apesar dessas pessoas dominarem muito bem a arte da conquista do sexo oposto, elas não costumam ter a mesma habilidade em outras áreas da atividade humana; ocupacional, empresarial, estudantil ou mesmo familiar. Geralmente estão em falhas por exemplo em situações fixas como assumir filhos, assumir casamentos, assumir um relacionamento. 

A trajetória de sua vida nem sempre resulta num final satisfatório. Normalmente as pessoas com esse perfil de personalidade acabam por não se fixarem com nenhuma companhia mais seriamente, não constituem família e acabam se aborrecendo quando constatam que não têm mais facilidade para conquistar mocinhas de 20 anos quando já estão na casa dos 60. Além disso, muitas vezes acabam ridicularizados por essas tentativas totalmente fora do contexto.

Além disso, eles podem atravessar períodos de grande angústia na maturidade quando se dão conta de que todos seus amigos estão casados têm família e eles já não podem desfrutar de tantas companhias femininas como outrora.

Tendo-se em mente a natureza constitucional do donjuanismo, ou seja, considerando ser este um defeito do caráter, o tratamento mais eficiente deve ser pleiteado para as intercorrências emocionais que acometem o paciente por conta da situação vivencial em que se encontra e não, diretamente dirigido à essa característica da personalidade.

Segundo a Psicóloga Rosana Augusto, em um artigo de sua autoria, por muitas vezes, tanto os homens quanto as mulheres, tendem a justificar sua solidão por não encontrar alguém ou quando encontram relatam não conseguem viver um “amor”. Nessa inquietude da conquista, certa instabilidade gera uma busca pelo grande objeto do desejo no processo de “conquistar” que se distancia do encontro com a pessoa a ser conquistada.




Neste jogo de sedução, ao se alcançar a conquista é presente a monotonia caracterizando as relações rápidas e volúveis sem a existência do vínculo afetivo com o sentir de um “vazio” depois de expectativas frustrantes.



Na Psicologia, Jung coloca os efeitos do complexo materno que podem gerar distúrbios psíquicos, como o Don Juanismo caracterizado pela imagem da mãe como mulher perfeita, que não possui defeito e que está sempre de prontidão para atender os desejos do homem. Neste sentido, a figura materna presente e registrada na psique do homem tende a interferir cada vez mais em suas relações e em suas paixões. Em seguida, a conquista passa ocupar um “lugar” aonde acontece esta comparação podendo ter como resultado o desaparecimento repentino da paixão que insere a ideia de uma relação vazia e desinteressante.

Diante desta experiência, a relação é interrompida por não conseguir firmar laços duradouros, devido a busca da perfeição em todas as mulheres que se aproximam, encontrando nas outras pessoas defeitos imaginários para justificar o término da relação. Tendo a ilusão constante e atormentadora, de que pode estar perdendo tempo demais com a atual sendo que possa haver outra ainda mais perfeita que esta, a ser conquistada. Por outro lado, quando houve uma relação saudável com a mãe, o fortalecimento inconsciente deste vínculo passa a ser duradouro refletindo na procura da imagem da mãe nas outras mulheres.

Concluindo... O fator que leva um indivíduo, seja do sexo masculino ou feminino a não assumir a veracidade de suas ações,  ou da ação de iludir o próximo, é sem dúvida alguma, um dano maior do que ele se dá conta, pois afeta, sobretudo a si mesmo, depois ao outro.

Escritora Tereza Reche





Links de Pesquisa

http://www.inpaonline.com.br/mentira-por-que-as-pessoas-mentem/

http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=172

http://www.elidioalmeida.com/2011/04/por-que-as-pessoas-mentem/

http://www.psicologoeterapia.com.br/psicologo-crescimento-pessoal-e-profissional/porque-as-pessoas-mentem/

http://www.psicologiamsn.com/2014/02/o-jogo-da-seducao-e-sindrome-de-don-juan.html