quarta-feira, 27 de janeiro de 2016


DÍZIMO, ENRIQUECIMENTO, PROSPERIDADE E ESTELIONATO.

Adjetivos fortes, entretanto afins...

O dinheiro rege o poder, isso no dia a dia de maneira generalista, porém, quando se fala em dinheiro entregue deliberadamente (ou induzidamente) para uma instituição religiosa, então teremos um assunto vasto e polêmico. 

Antes de discorrer, pensemos de forma analítica o seguinte; qual o motivo de um evento como: fiéis de uma determinada instituição religiosa seja esta, Católica, Protestante ou outra, ofertarem seus bens, nos afeta tanto?

Analisando de forma pessoal e intrínseca, vejamos do seguinte ponto de vista. 

PONTO DE VISTA RACIONAL









Acima se encontram alguns dos inúmeros relatos jornalísticos acerca dos desvios e falcatruas cometidas pela Igreja, tanto Evangélica quando Católica. Não há denominação ou placa que sirva de ponto de referência. A questão não se encontra na denominação e sim nas ações que elas vem demonstrado ao longo do tempo. A maneira distorcida de interpretar o estudo de Malaquias 3:10, o texto mais venerado pelas igrejas, leva-as a administrar os bens (ofertas e dízimos), não de forma espiritualizada e sim orçamentária. 

Culpar os envolvidos por estes desacatos, não creio que seja coerente por duas situações nítidas:

- Se o culparmos por terem "coagido mentalmente" à muitos fiéis, ainda assim haveriam recebido deliberadamente.

- Se o culparmos por agirem em "não conformidade à Lei descrita em Malaquias"... Precisamos estudar antes de citar essa asneira. 

A verdade é que, estão claramente cometendo erros inadmissíveis aos olhos de todos, porém, ambos lados parecem ter  a mesma culpabilidade. Os dirigentes por saberem acerca do livro de Malaquias demais, agindo de maneira leviana e os fieis, por não buscarem o devido conhecimento da história do Deus que dizem servir. 

O que ocorre é que se, o indivíduo buscasse compreender antes de agir, que é o que o próprio Cristo em questão disse: 

- E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará...

Libertará de ser feito de trouxa, de ser enganado e depois de tudo, culpar 100% o outro pela falta do conhecimento que deveria ter adquirido por ordem do próprio Deus. 

Não estou aqui defendendo os roubos absurdos que estas igrejas - que nada têm de espirituais - cometem neste exato momento. Mas não vejo inocência digna de piedade do povo que doa. Quem o faz, como já o fiz no passado, faz deliberadamente, querendo "retorno". Ninguém dá o dízimo por amor e ora da seguinte maneira:

-Senhor Jesus, receba meu dízimo, mas não me devolva nada. Apenas receba. 

Não! É o instinto da barganha que somente precisou do incentivo recebido através das palavras do líder espiritual, isso com uma pitada de pseudo-temor da Lei. Diga-se de passagem, a maioria que exerce e pratica a Lei de Malaquias, despreza as que lhe convém. 

É só enxergarmos a igreja como o Bingo ou qualquer outro Jogo de Sorte/Azar, você vai e deposita sua probabilidade, dentre estes, um ou outro sairá de fato com os prêmios, mas, ao receberem passarão a incentivar os outros, que buscando o enriquecimento depositarão mais e mais vezes. É o mesmo raciocínio se não fosse pelo envolvimento de questões espirituais. É da mesma maneira, uma coação mental para o enriquecimento fácil e, sobretudo, visando farto enriquecimento!


Mas afinal, realmente o livro de Malaquias cita o dízimo da maneira que seu estudo é ministrado para os fiéis? Ou isso simplesmente é uma jogada de mestre? 

O dízimo como Lei de Moisés. 

O Dízimo, primeiramente, não foi feito para a atualidade, ponto. Isso se dá pela circunstância em que ele foi criado. Seu início se deu porque dentre as doze tribos de Israel, a mais pobre era a tribo de Levi. Então foi decidido que, as tribos mais prosperas deveriam repartir mantimentos com a tribo menos favorecida justamente porque elas tinham colheitas em abundancia e não necessitavam de tantos mantimentos. Um tipo de socialismo à moda antiga...
Isso remete a "CARIDADE", guardar tudo para elas mesmas significaria acumular tesouro o que era terminantemente proibido por Deus.
Deve-se lembrar NITIDAMENTE que; JESUS jamais deu o dízimo... Nem os que o seguiam. A citação onde ele fala discretamente em dinheiro é quando diz: - Vai, vende tudo o que possui e segue-me! (acho que essa parte não é muito bem vinda pelas igrejas da prosperidade)...
 A tribo de Levi por sua vez também ofertava a viúvas órfãos e necessitados (Dt 26:12) repartiam com os estrangeiros, já que segundo a Lei apenas os LEVITAS poderiam recolher o dízimo.



Gafanhotos!



Israel no passado também já foi estrangeira, significando assim amor ao próximo, lá, benção significava CHOVER NA COLHEITA, maldição era SECA e os devoradores da plantação, no caso, os GAFANHOTOS. Essa passagem não é alusiva, é uma realidade desses povos para quais foram instituídas estas leis, definitivamente nada tem a ver a associação do devorador versus demônio, nem benção com prosperidade financeira. 



Entretanto, nada mais conveniente não acham?...


Interessante que a Lei é completa, possui itens inaceitáveis pela atualidade, muitas delas são vistas como atrocidades, entretanto, quando uma delas parece beneficiar o bolso, a igreja do ocidente resolve preservá-la. 

PONTO DE VISTA ESPIRITUAL

Bom, agora esquecendo dos fatos, e contra estes sabemos, não há argumento, e um deles é a afirmativa expressa de que:

Segundo a Lei apenas os LEVITAS poderiam recolher o Dízimo, lideres religiosos de hoje que recolhem o Dízimo, não são da tribo de Levi, não são Judeus e não fazem parte da Lei de Moisés. E, segundo Hebreus, este costume existiu de Abraão, até Levi (Hb,7-9).

Mas levando essa questão para o âmbito espiritual, esses eventos são a demonstração de que existem de fato, dois times nesse cenário. De um lado indivíduos despreparados, desprovidos de conhecimento, o que não os caracteriza por inocentes, mas sim negligentes para com  os conceitos que afirmam seguir. 

Não se trata de saber ler e escrever, tampouco de ser humilde ou arrogante. A questão é o interesse pela veracidade daquilo que denominam santo ou correto em si. Se aprovo e defendo uma ideia ou ideal, tenho nada mais que a obrigação de saber o que estou a aprovar ou defender. Para isso, não é necessário ser um grande intelectual e sim um buscador incessante dessa suposta verdade. 

Também não está baseada nas ações de indivíduos que na realidade desconhecem o nível espiritual nato. Não compactuam, muito menos tem compromisso com este. Mais irresponsáveis são, os que numa atmosfera espiritual se submetem a simplesmente administradores de bens alheios. Indivíduos este sim, venerados pela suposta ação interventiva do saciar camuflado do
desejo da maioria pela prosperidade financeira. 

Então questiono; quem é menos culpado nessa simbiose esquizo?  Os senhores que os oprimem? Ou os que convenientemente permanecem sob julgo desses senhores?

Existem grades que circundamos para nós mesmos, e dessas, somente nosso íntegro desejo de liberdade e de encontro à Verdade, será capaz de nos libertar. 

Amém?...





















Escritora Tereza Reche